terça-feira, 12 de outubro de 2010

II.I.

II.

Silencio absoluto. O primeiro feixe de sol atravessou o cômodo. Iluminadas, as partículas de poeira rodopiaram aos encontrões, e depois, cansadas de vagar, pousaram sobre a mobília muda.
Na cama, um corpo inerte, pálido. Longos cabelos pretos pendiam, em ondas, em direção ao chão. Tinha os olhos fechados docemente e a boca, entreaberta, dando a impressão de que ela sussurrava algo no mundo dos mortos. As mãos fechadas e os lençóis revoltos revelavam, às imaginações de quem realmente a conhecia, a cena que há algumas horas havia sucedido.
Do lado de fora, a natureza em luto silencioso. O sol, no entanto, continuava a brilhar indiferente.

I.

Ai de mim!
Morro trancada nesse quarto
Divago, divago
Entre faces e constelações estrangeiras
Percorro meu velho e
conhecido caminho
Um passo mais longe e,
Aqui, meu corpo esfria
Anseio a liberdade
Mas Óh! Meu amor...
Aquece minha’lma já fria
Arranca-me dos braços da morte
Pela ultima vez...”

† Corvo †

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