sábado, 2 de junho de 2012


É com essa frase, citação, dito popular, ou seja o que for que encerro as atividades aqui no Tripas.
Obrigado a todos que leram, se interessaram, acompanharam! O blog ficará aqui, disponível pra quem quiser reler. Vou morar em outra árvore, distante daqui algumas boas milhas onde prosseguirei publicando negras linhas.
Arrivederci! flap flap flap.

Ah! Se você sentir falta dos peixinhos, não se preocupe! Levei comigo.
^.^

flap flap flap...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Lacrimosa - Bresso

Forever

A morte
a doçura
teu beijo
tua ausência
a queda
a perda
A morte
a escuridão
meu lar, teu lar
Nossa casa
a doçura
teu beijo
a morte
a perda
a queda
a escuridão
a loucura
Nossa casa

Linhas Antigas V - Ritual



Esqueci da acetona. Com um esforço preguiçoso fui até a gaveta pegá-la. “Here comes the rain again...”. Levantei da cadeira dançando languidamente. Olhei-me no espelho. Através dele. Nossos olhos encontraram-se provocantes. Eu e ela. Ela! Aquela minha metade que insistia em rir da outra que foi sepultada. Os cabelos negros desgrenhados, as olheiras confundindo-se com o contorno negro da maquiagem. Óh! Que Byron diria se me visse rodopiando com meu par invisível, os olhos vidrados, a alma cheia de melodias obscuras?
O cheiro forte de acetona me fazia tossir. Resquícios de gripe. Resquícios de coração. Tudo espalhado pelo chão. As unhas agora pretas, refletindo foscas a luz da luminária amarela.
- Muito melhor assim! – Byron contemplava-as.
...Em meio a um ritual. A fogueira estalando alta. Sacrifício, altar, magia. Faces desconhecidas, encobertas. Os pés descalços e leves, guiando minha alma embriagada. “Our 666 has got a name...” As escamas arrepiadas. Dançava com movimentos sensuais, lentos, preparando um encantamento. Sabia que ele me observava de longe. Entre as árvores densas. “We burn in flames again and again, in our dark secret love...”
O fantasma de Byron aplaudia – Bravo! Bravo! – o bater de palmas distantes.
Caí, e ninguém me viu. Permaneci. As folhas secas enroscadas em meus caracóis negros. As formigas caminhando sobre meu corpo. Aranhas com pernas longas e asquerosas caminhavam sobre mim, arrepiando-me. Delírios.
O hálito fresco e gélido do orvalho despertou-me. O verde-musgo das copas das árvores. Os pedaços recortados do céu quase branco. Estava nos braços do homem que adorava. Levantei-me e ajeitei meu corpo sobre o dele. Desenroscadas, as folhas secas agora estavam no chão, encharcadas de acetona...


† Corvo †
- Memórias...

Linhas Antigas IV

Como a um santo coloquei-te no altar
Fiz de tua figura, pouco clara, minha guia
Tranformei-te mortal em titã.
Feriu-me ferro forjado.
Sangro
Cri na ausência de todo o mal
E agora choro,
Diante de tua impassível imagem.

Linhas Antigas III

Embalada pelas mais tristes e agressivas cadências embriagou-se com vinho barato. Fumando todos os cigarros de cravo que podia enquanto dançava lentamente o Doom Metal que naquele momento tocavam. Sorria consigo mesma por estar cara-a-cara com a solidão, sua tão querida solidão. Virou-se para o palco, um cover de Him fez seu coração dar um salto de alegria, no entanto, estava difícil para acompanhar a música agora mais rápida. Trevas..! Estava sendo consumida por seu próprio desejo de morrer, de acabar-se, de perder o controle sobre si mesma, de deixar tudo rodar e rodar...como em um sonho, um sonho sem luz!
Mas seus olhos brilhavam, a alma vagando solta através do nada, inerte, totalmente alheia à seu corpo. Liberdade. Matar-se por algumas horas para sentir a liberdade? Seria essa a explicação pra tanta destruição? “Quero o meu mundo de volta...me solta, me deixa ir...”
Nesse momento caiu. Os que a acompanhavam levantaram-na preocupados. O vinho do copo que segurava espalhado no chão de madeira, o cigarro um pouco mais adiante. Suas mãos brancas começando a perder o calor. Os olhos fechados de maneira provocante.
Ela estava perdendo os limites e a vida.
Sentiu uma presença ao longe. Os olhos fechados não a impediam de sentí-lo. Um arrepio forte percorreu todo seu corpo e atingiu-lhe as costas. Tentou levantar-se em vão, pois as pernas não respondiam. Deixou-se estar. Os amigos tentando socorrê-la. Vozes, gritos, pedidos de ajuda.
Perdia calor mas...mas ele estava lá...do outro lado da multidão...ela sabia que ele estava lá. Do outro lado do palco, imerso na escuridão onde as luzes não o alcançavam.
Ele começou a caminhar em direção a ela, calmo embora seu coração estivesse apertado. Tinha um olhar tranqüilo e sua alma sabia que era naquele momento que provaria para ela, que revelar-lhe-ia quem ela era e a salvaria. Foi assim desde o princípio dos tempos. A profecia se concretizava, ele a salvaria.
Sua chegada afastou imediatamente os amigos que tentavam ajudá-la. Abraçou-a, forte, não deixando que ela caísse outra vez no chão, envolveu-a por completo. “Esse calor...” Agora ela não mais conseguia vê-lo. Uma de suas mãos a segurava pela nuca, por cima dos cabelos cacheados a outra a prendia pela cintura, de forma que seu sobretudo a esquentasse.
Tirou-a de lá sem proferir palavra aos que a acompanhavam. Levou-a para uma ante-sala calma. Muitos os observavam curiosos. Deitou-a em um sofá vazio, jogado no canto esquerdo da antiga casa. Não tirava os olhos dela, que até então não havia dado nenhum sinal da vida que ainda lhe percorria as veias. Abraçou-a novamente, jogando seu corpo sobre o dela com cuidado para não machucá-la. Então disse para que somente ela ouvisse:
- Amo-te Corvo...estou aqui como prometi...

Linhas Antigas II (nunca publicadas)

Estirada na cama, braços abertos em forma de encruzilhada. A dor insuportável do fim que se aproxima.
As veias latejando alto; remédios tomados no desespero, sem prescrição...
Os olhos fechados em prece, em prece ao nada, por uma(im)possível salvação, a mente longe...esquecida nas terras distantes em que vagam aqueles que alucinam...o coração....partido.

Linhas Antigas (nunca publicadas)

A pouca idade faz de mim um tesouro fácil de se esconder. Quem, em completa consciência, cogitaria minha existência? É o mesmo que enxergar os mortos. Impalpável existência.


† Corvo †
- Memórias de...-

Mistério - Postagens Antigas VI

Com a espada atravessada:
- quem sois vós?
Acompanho com os olhos
as linhas verticais
e dou de cara com 
o céu esbranquiçado
- choca! -
pois não é nada mais
do que a superfície do mistério

Desapego

Postagens Antigas V



Profanando
Adentrando domínios sobrenaturais
Peço licença em silêncio e vou.
Imensidão esquecida que me aproxima de ti
Somos ínfimo presente dentro do majestoso passado.

Mantenho controlada a respiração
Aqui a natureza é entidade visível. Por onde caminhamos caem folhas, voam flores...

Entre lápides trocamos palavras
olhares rápidos. É que a nova imensidão prende tanto a atenção.

"A rose for the dead". Querida, minha querida, é graças a ti que hoje ele,..., hoje ele....

A rosa e as margaridas. Uma oferta que sob o sol perde devagar a vida.
Minto. São os mortos, que revivem alguns segundos, graças à vida tirada das flores que lhes são oferecidas...

Pequenas aparições. Ele me puxa pelas mãos...

Morros e morros povoados de jazigos. Aonde quer que olhemos, construções disformes, cores e tamanhos. Paisagem exótica, tão incomum, tão tranquila.

Abraço-o, beijo-o sob a sombra de uma grande arvore. E o calor silencioso, nos consome, faz com que economizemos palavras. Melhor assim...


(continua depois)

Postagens Antigas IV


Aqui, onde a liberdade 
é o grito do vento soturno
As curvas seguidas não dizem nada
Passos desesperados em busca de respostas
Fuga
A Simbiose sinistra com a escuridão
é a resposta do que nunca precisei questionar
As trevas habitam minha essência
Não nego.
Mas até onde poderei escondê-las

...de ti?


Imagem: Mais uma da Dorothea Tanning....

Postagens Antigas III


A prata escureceu
Os olhos viraram pó
(As palavras) impedidas de sair
feneceram emboladas em um nó

Diante tamanha covardia
A ave negra empalideceu,
E em transcendente frenesi
Uma a uma as penas arrancou

Aqueles que presenciaram a cena
Juram que o pássaro não verteu nenhuma lágrima,
E entre a branca chuva de plumas
Partiu, livre de toda sua lástima

Mor - Postagens Antigas II

No vento sussuram-me os mortos. Riem, brincam, desarrumam meu cabelo. O céu opaco, monocromático, branco hospital, traz-nos vitalidade. É o ápice do dia que mal começou. E o espetáculo finda minutos depois, quando o céu torna-se azul e o sol exibi-se irritantemente, como se ainda ostentasse o título a ele atríbuído na idade média: heliocentrismo uma ova! Que se danem o sol e a lua, espetáculos baratos para amantes banais e poetas fodidos. A beleza existe onde não existe.Caminho entre árvores cantantes. Tantas vozes, um coro! Quero dançar. Onde está, onde está meu par? Já que ele não vem, danço sozinha. E os mortos riem alegres. Valsando, valsando...
Quando percebo já estou sozinha. As árvores e as almas foram dormir.

(...)

Aí sinto saudades da morte. Vivo sonhando voltar para os braços dela. Como quando passo horas imaginando a cena de como seria revê-lo. E se eu pudesse? E a cena se repete, fantasiosa, até que eu desmaie em prantos, ou sorrindo, depende do dia.
amor-morte. MOR.


†Corvo†
-Memórias de uma quase...-

Cálice / (in)violável - Postagens Antigas I



Poeira sobre o sepulcro
Por fim o silêncio vagante
teriam os corpos sublimado a dor?
Não! Apura os ouvidos. Escuta!
Ele compõe na noite sufocante
Ela chora, o peito arfante
Entre os dois
tempo
e terra...
Vejam! Vejam!
Além da vida permaneceu.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Jane Austen


Pride And Prejudice (2005)


Essa cena tira meu fôlego.


Não consigo compartilhar o vídeo porque está desabilitado, mas aí está o link

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