quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Mor - Postagens Antigas II

No vento sussuram-me os mortos. Riem, brincam, desarrumam meu cabelo. O céu opaco, monocromático, branco hospital, traz-nos vitalidade. É o ápice do dia que mal começou. E o espetáculo finda minutos depois, quando o céu torna-se azul e o sol exibi-se irritantemente, como se ainda ostentasse o título a ele atríbuído na idade média: heliocentrismo uma ova! Que se danem o sol e a lua, espetáculos baratos para amantes banais e poetas fodidos. A beleza existe onde não existe.Caminho entre árvores cantantes. Tantas vozes, um coro! Quero dançar. Onde está, onde está meu par? Já que ele não vem, danço sozinha. E os mortos riem alegres. Valsando, valsando...
Quando percebo já estou sozinha. As árvores e as almas foram dormir.

(...)

Aí sinto saudades da morte. Vivo sonhando voltar para os braços dela. Como quando passo horas imaginando a cena de como seria revê-lo. E se eu pudesse? E a cena se repete, fantasiosa, até que eu desmaie em prantos, ou sorrindo, depende do dia.
amor-morte. MOR.


†Corvo†
-Memórias de uma quase...-

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