terça-feira, 31 de agosto de 2010

Nachtschatten


No chão. Os caracóis negros espalhados sobre as lajotas frias, rachadas pelo tempo. Uma de minhas mãos sobre a tua. Teus olhos postos nos meus, provocantes ou delirantes? Embriaguez perpétua, vinho tinto! Teus longos cabelos e a barba escondem teu sorriso satisfeito.
As grades baixas do jardim nos separam da rua escura. Nenhuma luz sequer. Apenas nosso esquecido quintal. Como num filme em branco e preto decadente. Entre cortes toda nossa história. E o vento sopra mais frio. É ela quem nos chama. Ainda não....
E a neblina desce comovida. Madrugada adentro, nosso silêncio permanece.
-Lord, vou congelar...
Tu me prendes em teus braços, me aquece com teu beijo eloquente.
Me arranca suspiros, me faz....

dizer-te...

quebrar o silêncio....

- ahhh.....

Enquanto, invisíveis, os astros cruzam o céu,
Dessa noite que nunca amanhecerá

† Corvo †
-Memórias -

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